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Segundo a psicologia, a fala organiza o pensamento. Ora, se nós conversamos este tanto sobre o amor, significa que estamos tentando organizar nossas idéias sobre ele? Se é isso mesmo, então estamos usando a gramática errada, porque quanto mais se fala, mais perguntas surgem, e quanto mais se tenta explicar, mais se complica. O amor nunca teve tantas variáveis, regras e exceções quanto ultimamente. Um sentimento que antes era cantado e exaltado por poetas, hoje em dia é analisado à luz da razão, espedaçado em tabelas imaginárias e estudos empíricos que tentam desesperadamente explicar, por exemplo, por que aquele cara que parecia tão interessado não ligou mais, ou por que aquela garota sempre se deixa envolver tão rápido. Tenho a impressão de que as coisas já foram mais simples.
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Trecho da crônica O coração à luz da razão, publicada no livro Granada, de Vitor Diel (Armazém de Livros -2008). À venda na Livraria Cultura, neste link.
domingo, 31 de agosto de 2008
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